Cultura, memória e identidade
ATIVIDADE 1
Com base em toda leitura que faremos monte suas conclusões e opiniões que será mais fácil para estudar.
VOCÊ TEM
HISTÓRIA?
VOCÊ TEM
CULTURA?
Todos nós temos uma história e uma
memória individual. Podemos até mesmo construir uma linha do tempo de nossa
trajetória escolhendo marcos que consideramos mais importantes, ou seja, que
tenham um significado especial ou representem momentos de transformação em nossas
vidas.
Mas de que maneira essa nossa
memória individual se relaciona com a história coletiva da sociedade? Como a
minha identidade pessoal se relaciona com as ideias e valores da época em que vivo?
Grande parte dos brasileiros dos séculos XX e XXI gosta de futebol, assim como
os norte-americanos apreciam o basquete. Quer dizer, esse gosto individual do
brasileiro se relaciona com um elemento da nossa cultura: o futebol. Podemos afirmar,
portanto, que nosso gosto individual está diretamente ligado a uma história
coletiva.
Muitos outros elementos da nossa
história individual poderiam ser considerados: as atividades profissionais que
exercemos, as festas, músicas e formas de lazer de que gostamos. Enfim, essas
preferências constituem a nossa identidade pessoal, mas estão diretamente
relacionadas com a história da sociedade em que vivemos.
Imagine
que você tivesse nascido no século XVIII em Pernambuco. Certamente você não
seria um trabalhador da indústria, nem consertaria carros, nem gravaria discos.
Poderia ser um cantor lírico, um carregador do porto ou um especialista na
produção de
açúcar.
Vamos refletir agora sobre o lazer
em diferentes épocas: no século XIX, quem gostava de ouvir música ou dançar
precisava frequentar uma casa noturna ou reunir a família no próprio domicílio.
As famílias mais ricas tinham sempre
um piano em sua residência, enquanto as mais pobres, em geral, utilizavam o
violão, o cavaquinho e a flauta.
Pode-se então afirmar que a relação
que as pessoas mantinham com a música era bastante diferente da que ocorre nos
dias atuais. Não era possível comprar um cd-áudio e ouvir as canções de um
compositor; era necessário saber tocar um instrumento.
O que mudou no século XX? Como as
pessoas apreciam música hoje? Que tecnologias foram sendo desenvolvidas ao
longo desse século que mudaram essa maneira de se relacionar com a música?
Podemos dizer que essas mudanças estão ligadas ao desenvolvimento da sociedade capitalista?
De fato, muita coisa mudou no século XX: foram inventados aparelhos para
reproduzir música (gramofone, toca-discos, toca-fitas e toca-cd), o rádio e a
televisão, dentre outros. Com todos esses recursos, ouvir música deixou de ser necessariamente
um evento coletivo, não sendo mais necessário ter formação musical. Essas mudanças
estão diretamente relacionadas com o desenvolvimento
da sociedade capitalista, já que, ao longo do século XX, muitas invenções permitiram
que novos produtos e hábitos fossem criados. Surgiu a indústria de aparelhos eletrônicos
e também fonográficos, que produz discos e contrata os artistas. Desse modo,
nossos hábitos atuais com relação à música não dizem respeito apenas ao nosso
gosto pessoal, mas precisam ser entendidos a partir do contexto social em que
vivemos.
NOSSA IDENTIDADE
SOCIAL
Além
da identidade pessoal, existe também a identidade social. O que nos faz
brasileiros, tão diferentes de japoneses, franceses ou norteamericanos? A
cultura.
Isso
não significa dizer que todo o brasileiro seja da mesma forma, mas que
reconhecemos que a identidade social do brasileiro se afirma através dos vários
hábitos e costumes semelhantes. Mesmo que eu não goste de futebol, o Brasil
continuará a
ser reconhecido
como o país do futebol.
Procure
conversar com as pessoas que você conhece (de preferência com idade, sexo e profissões
diferentes). Verifique o que elas consideram que seja característico do brasileiro
e o que as diferenciam de pessoas de outros países e culturas. Podemos
perguntar: o que faz de você um brasileiro que é diferente de um habitante de
outro país? Que hábitos pessoais você tem que podem ser considerados como
próprios da cultura brasileira? É importante lembrar que “ter cultura” não significa
apenas ler um grande número de livros, conhecer óperas e compositores eruditos,
frequentar os teatros e os cinemas. O que denominamos de cultura nas ciências
humanas está diretamente ligado ao modo de vida de cada sociedade. O fato de os
hindus não comerem carne é um elemento da cultura, que está relacionado com uma
crença religiosa, um símbolo, pois os animais bovinos têm um caráter sagrado. O
mesmo rato que pode servir de alimento na China causa aversão aos brasileiros. O
rato simboliza, para nós, a sujeira, não podendo jamais estar presente em
nossas refeições. Esses exemplos fazem parte da cultura, ou seja, relacionam-se
com o modo como vivemos e os símbolos que produzimos, indicando comportamentos
e regras sociais.
Considerando
as afirmações acima, podemos dizer que existe uma única cultura para os muitos povos?
A valorização e o significado que um povo atribui a um objeto ou animal é uma
criação cultural? Os exemplos acima já nos mostram que
não há uma única
cultura, mas sim uma grande diversidade cultural. Cada povo cria e transforma a
sua cultura ao longo da sua história.
Homens
russos costumam cumprimentar outros homens com um beijo na boca; já em outras culturas,
as pessoas reprovam essa atitude, sendo o cumprimento de mão o mais adequado. Muitos
hábitos são diferentes para homens e mulheres. Durante grande parte do século
XX, não era bem visto por setores da sociedade o fato de mulheres fumarem em
público. Tratava-se de uma atitude masculina que não condizia com o que se esperava
de uma mulher.
Por
fim, é importante lembrar que toda sociedade tem uma cultura. Os seres humanos
da pré-história produziam seus instrumentos de trabalho, faziam pinturas em
paredes de cavernas, tinham um modo de se vestir e criavam regras para a
divisão do trabalho e organização da vida social. O mesmo ocorria com os seres humanos
que viveram em outros períodos históricos e também conosco, que vivemos no Brasil
do século XXI. Estando sempre ligados à história passada e presente,
constituímos nossa
identidade
individual e social que se reafirma a todo tempo através da cultura. Não se
esqueça: nosso gosto pelo futebol nasceu da prática cotidiana desse esporte
popular ao longo do século XX, ou seja, nossa identidade está diretamente
relacionada com a história construída por todos nós. Muitos brasileiros, desde
crianças, aprendem a gostar desse esporte. Sendo um esporte economicamente
acessível e incentivado pela família e amigos, torna-se parte da própria
cultura brasileira e de gosto popular.
Isso também
ocorre com o papel que a mulher ocupa na sociedade. Sua maneira de ser,
vestir-se e agir relaciona-se com a cultura e as regras sociais estabelecidas.
Cultura Material
e Imaterial; patrimônio e diversidade cultural no Brasil
A
diversidade cultural engloba as diferenças culturais que existem entre as
pessoas, como a linguagem, danças, vestimenta, tradições e heranças físicas e biológicas,
bem como a forma como as sociedades organizam-se conforme a sua concepção de
moral e de religião, a forma como eles interagem com o ambiente etc.
O
termo diversidade diz respeito à variedade e convivência de ideias,
características ou elementos diferentes entre si, em determinado assunto,
situação ou ambiente.
Se
refere a crenças, comportamentos, valores, instituições, regras morais que
permeiam e "preenchem" a sociedade. Explica e dá sentido à cosmologia
social, é a identidade própria de um grupo humano em um território e num
determinado período.
Cultura Material
Numa
definição mais clássica, a cultura material pode assim ser entendida como o
conjunto de artefatos criados pelo homem, combinando matérias-primas e
tecnologia, o qual se distingue das estruturas fixas pelo seu caráter móvel.
A
noção de cultura material, que, em princípio, se aplicaria apenas a objetos
isolados, poderá ser alargada de forma a abranger quase todas as produções
humanas, levando a que alguns estudiosos considerem a história da tecnologia,
os estudos de folclore, a antropologia cultural, a arqueologia histórica, a
geografia cultural e mesmo a história da arte como sub-campos de estudos de
cultura material.
Cultura
Imaterial
A
cultura imaterial é o conhecimento que não foi ensinado por meio de livros,
registros formais ou ensinamentos sistemáticos, mas sim, o conhecimento
transmitido na prática, na forma oral ou por meio de gestos, de geração para
geração. Tradição e transmissão de conhecimento são fatores essenciais para a
continuidade da cultura intangível, também chamada de cultura imaterial, e para
a construção da identidade um grupo, povo ou nação.
O
patrimônio cultural de um povo não é composto apenas por elementos materiais,
mas também através de manifestações da cultura imaterial, ele é constituído de
práticas, representações, técnicas, objetos e lugares do mesmo.
Exemplos
de bens imateriais que estão com o processo de registro em andamento são a
capoeira, o teatro mamulengo e o complexo cultural do bumba-meu-boi do
Maranhão, a Festa do Divino Espírito Santo de Pirenópolis, a Farmacopéia
Popular do Cerrado e o Circo de Tradição Familiar...
Patrimônio Cultural pode ser
definido como um bem (ou bens) de natureza material e imaterial considerado
importante para a identidade da sociedade brasileira.
Carnaval com bonecos
gigantes faz parte do Patrimônio Imaterial.
Segundo artigo
216 da Constituição Federal, configuram patrimônio “as formas de
expressão; os modos de criar; as criações científicas, artísticas e
tecnológicas; as obras, objetos, documentos, edificações e demais espaços
destinados às manifestações artístico-culturais; além de conjuntos urbanos e sítios
de valor histórico, paisagístico, artístico, arqueológico, paleontológico,
ecológico e científico.”
No Brasil, o
Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) é responsável
por promover e coordenar o processo de preservação e valorização do Patrimônio
Cultural Brasileiro, em suas dimensões material e imaterial.
Os bens culturais
imateriais estão relacionados aos saberes, às habilidades, às crenças, às
práticas, ao modo de ser das pessoas. Desta forma podem ser considerados bens
imateriais: conhecimentos enraizados no cotidiano das comunidades;
manifestações literárias, musicais, plásticas, cênicas e lúdicas; rituais e
festas que marcam a vivência coletiva da religiosidade, do entretenimento e de
outras práticas da vida social; além de mercados, feiras, santuários, praças e
demais espaços onde se concentram e se reproduzem práticas culturais.
“A ideia
básica quando se trabalha o termo CULTURA no Enem é atentar para PLURALIDADE da
cultura brasileira.”
Entendemos
como CULTURA IMATERIAL o conjunto de saberes, habilidades, crenças, práticas,
modo de ser das pessoas. Desta forma podem ser considerados bens imateriais:
·
conhecimentos enraizados no cotidiano das comunidades;
·
manifestações literárias, musicais, plásticas, cênicas e lúdicas;
· rituais
e festas que marcam a vivência coletiva da religiosidade, do entretenimento e
de outras práticas da vida social.
Por outro
lado, a CULTURA MATERIAL engloba os bens culturais classificados segundo sua
natureza:
·
arqueológicos : as pinturas rupestres em São Raimundo Nonato no Piauí ou o
Parque dos Dinossauros, em Sousa na Paraíba.
·
paisagístico : as Cataratas do Iguaçu, no Paraná, ou Lençóis, na Bahia;
·
históricos : Ouro Preto em Minas Gerais ou Olinda em Pernambuco; e
·
etnográficos : telas ou livros, por exemplo.
Assim a
cultura material inclui os imóveis : prédios, conjuntos arquitetônicos,
edificações, monumentos, praças, sítios históricos) e móveis : coleções
arqueológicas, acervos museológicos, documentais, bibliográficos,
arquivísticos, videográficos, fotográficos e cinematográficos.
Segundo artigo
216 da Constituição Federal, configuram patrimônio: “as formas de expressão; os
modos de criar; as criações científicas, artísticas e tecnológicas; as obras,
objetos, documentos, edificações e demais espaços destinados às manifestações
artístico-culturais; além de conjuntos urbanos e sítios de valor histórico,
paisagístico, artístico, arqueológico, paleontológico, ecológico e científico.”
No Brasil, o
Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) é responsável
por promover e coordenar o processo de preservação e valorização do Patrimônio
Cultural Brasileiro, em suas dimensões materiais e imateriais. Conservar o
patrimônio cultural é resgata a MEMÓRIA (armazenar o passado fazê-lo chegar até
as novas gerações).
Imagem (A)
Imagem (B)
Imagem (C)
Imagem (D)
ATIVIDADE 2
De acordo com as imagens A, B, C e
D classifique o que é patrimônio material e imaterial:
ATIVIDADE 3
Responda:
A recuperação da
herança cultural africana deve levar em conta o que é próprio do processo
cultural: seu movimento, pluralidade e complexidade. Não se trata, portanto, do
resgate ingênuo do passado nem do seu cultivo nostálgico, mas de procurar
perceber o próprio rosto cultural brasileiro. O que se quer é captar seu
movimento para melhor compreende-lo historicamente.
MINAS
GERAIS. Cadernos do Arquivo 1: Escravidão em Minas Gerais.
Belo
Horizonte: Arquivo Público Mineiro, 1988.
Com base no texto, a
análise de manifestações culturais de origem africana, como a capoeira ou o
candomblé, deve considerar que elas
(A) Permanecem como reprodução dos valores e
costumes africanos.
(B) Perderam a relação com o seu passado
histórico.
(C) Derivam da interação entre valores
africanos e a experiência histórica brasileira.
(D) Contribuem para o distanciamento cultural
entre negros e brancos no Brasil atual.
(E) Demonstram a maior complexidade cultural
dos africanos em relação aos europeus.
A Constituição brasileira estabelece que o poder público deve
promover e proteger a cultura nacional através daquilo que se convencionou
designar como “patrimônio cultural brasileiro.” Esse “patrimônio” é formado por
bens materiais e bens imateriais e que configuram uma identidade à ação e à
memória dos diferentes grupos formadores da sociedade brasileira. O órgão
responsável pelo tombamento das culturas é o IPHAN (Instituto do Patrimônio
Histórico Artístico Nacional) que reconhece atualmente 15 patrimônios imateriais,
dentre eles:
(A) samba, capoeira e o acarajé
(B) frevo, Ouro Preto e a música caipira
(C) viola artesanal, cinema nacional e o samba
(D) Brasília, Pantanal mato-grossense e
Amazônia
(E) judô, cancioneiro popular e a festa do
Círio de Nazaré.
“Não quero que a minha casa seja cercada de muros por todos os lados,
nem que minhas janelas sejam tapadas. Quero que as culturas de todas as terras
sejam sopradas para dentro de minha casa, o mais livremente possível. Mas
recuso-me a ser desapossado da minha por qualquer outra.” (GANDHI, M. Relatório
do desenvolvimento humano 2004. In: TERRA, Lygia; COELHO, Marcos de A.
Geografia geral. São Paulo: Moderna, 2005. p.137. )
Considerando-se as ideias pressupostas, o texto
(A) afirma que a globalização aumentou de modo
sem precedentes, os contatos e a união entre os povos e seus valores,
reforçando o respeito às diferenças socioculturais e evitando conflitos em todo
o mundo.
(B) critica a intolerância com relação a outras
culturas, gerando assim os conflitos comuns neste novo século.
(C) indica o reconhecimento à diversidade
cultural, além das necessidades de respeito à identidade, seja étnica, seja
cultural, seja religiosa próprias de cada povo.
(D) nega a existência da exclusão cultural e
ressalta a homogeneização mundial e a superação/eliminação de fronteiras
culturais como algo muito salutar.
(E) defende a padronização de um modelo
cultural, consequência mais do que inevitável de um mundo globalizado.
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