Movimentos da Terra
O planeta Terra está em movimento, e dois deles são
fundamentais: o de rotação e o de translação.
O movimento de rotação é o que a
Terra realiza ao redor de seu próprio eixo; o de translação é o movimento que
ela executa ao redor do Sol. Do movimento de rotação decorre a sucessão dos
dias e das noites. O fato de a Terra realizar o movimento de rotação em torno
de um eixo imaginário, inclinado em 23o 27’, associado ao movimento de
translação, define as estações do ano. As mudanças de estação são marcadas
pelos solstícios (de verão e de inverno) e pelos equinócios (de primavera e de
outono).
Nos solstícios de verão, o Sol incide perpendicularmente sobre os
trópicos – no trópico de Câncer, quando é verão no hemisfério Norte, e no de Capricórnio, quando é verão no hemisfério Sul
–, ocasionando os dias de maior duração do ano. Simultaneamente, no hemisfério
em que ocorre o solstício de inverno, essa relação é inversa. Os equinócios
ocorrem quando a luz solar incide igualmente nos dois hemisférios, fazendo com
que a duração dos dias e das noites seja igual.
Orientação
Localizar ou dizer que um corpo está em movimento só é
possível em função de algum referencial, que pode ser qualquer objeto: uma
pessoa, um local, os corpos celestes. Os referenciais adotados nos mapas são os
pontos cardeais (norte, sul, leste ou este e oeste).
O norte magnético é determinado pelo campo magnético da
Terra, cuja localização é variável ao longo do tempo geológico, pois depende
dos movimentos realizados pela camada externa do núcleo terrestre; já o norte
geográfico foi definido geo- metricamente quando se dividiu a Terra em dois
hemisférios a partir de seu eixo de inclinação em relação ao plano equatorial
solar. O polo, nesse caso, corresponde ao centro por onde passa o eixo.
A localização do norte magnético é muito próxima à do norte
geográfico.
Coordenadas geográficas
A linha do Equador é uma linha imaginária que divide a Terra
em duas meias esferas: o hemisfério Norte ou Setentrional e o hemisfério Sul ou
Meridional. O meridiano de Greenwich também é uma linha imaginária que divide o
nosso planeta em duas meias esferas: a metade esquerda representa o oeste, ou
hemisfério Ocidental, e a metade direita é o leste, ou hemisfério Oriental.
Para localizar um ponto qualquer sobre a superfície
terrestre, devemos pensar em sua posição em relação às duas linhas imaginárias.
Sua posição em relação à linha do Equador chama-se latitude; se a referência
for o meridiano de Greenwich, trata-se da longitude. Portanto, a latitude
refere-se à distância, medida em graus, de qualquer ponto da superfície
terrestre em relação à linha do Equador (latitudes norte e sul), e a longitude
refere -se à distância, medida em graus, de qualquer ponto em relação ao
meridiano de Greenwich (longitudes leste e oeste).
As linhas horizontais que
formam uma série de círculos concêntricos a partir do Equador são os paralelos
e assinalam as latitudes.
As linhas verticais que unem os dois polos são os meridianos
e assinalam as longitudes. A intersecção dessas linhas estabelece um sistema de
coordenadas geográficas que permite a localização de qualquer ponto sobre a
superfície terrestre.
Fusos horários
A alternância entre dias e noites depende do movimento de
rotação da Terra, que se completa em torno de 24 horas.
A verificação disso implicou a divisão da Terra em 24 partes
ou fusos horários, ao longo do traçado dos meridianos. A Terra, como um corpo
esférico, possui 360o. Isso significa que os fusos são separados entre si por
segmentos de 15o, cada um deles representando uma hora.
O meridiano de
Greenwich é, novamente, o meridiano de referência. O meridiano oposto ao de Greenwich, do outro lado da Terra,
chama-se linha de mudança de data. Portanto, como a Terra está dividida em 24
fusos, quando forem 12 horas em Greenwich, será meia-noite no meridiano oposto.
Três fusos atravessam o Brasil. Comparando os pontos
extremos, quando Rio Branco (AC) assinala 10 horas, em Brasília (DF) são 11
horas e no arquipélago de Fernando de Noronha (PE), 12 horas. Durante o
horário de verão, a disposição dos fusos continua a mesma, embora nas regiões
Sul, Sudeste e Centro-Oeste os relógios sejam adiantados uma hora. Brasília,
nesse caso, assinalaria o mesmo horário de Fernando de Noronha.
As regiões Norte e
Nordeste não adotam horário de verão.
Linha internacional de mudança de data
Os 24 fusos horários são linhas imaginárias que, como os
meridianos, riscam a Terra de um polo a outro. Ao se deslocar para oeste, a
partir de Greenwich, uma pessoa terá de subtrair uma hora para cada fuso. O
raciocínio será o mesmo se ela se deslocar para leste, embora, nesse caso, em
vez de subtrair, ela tenha de adicionar uma hora para cada fuso. Na
representação do mapa a seguir, de Greenwich a Brasília, são três horas de
variação (três fusos); de Greenwich até Tóquio, há nove fusos e, portanto, nove
horas separam Greenwich de Tóquio. Se em Londres são 9 horas, em Tóquio são 18
horas e em Brasília, 6 horas. Portanto, entre Brasília e Tóquio há 12 horas de diferença.
Diferentes formas de representação do espaço
A Geografia se preocupa com a espacialização dos fenômenos,
daí a necessidade de compreender a construção dos diversos tipos de
representações gráficas (croquis, mapas, gráficos). É a natureza do objeto
estudado que orientará a escolha da forma de representação. Variáveis
contínuas, como a temperatura do ar, requerem um tipo de representação que
evoque a noção de “ordem” e “variação gradativa”. Nesse caso, a representação
vai do mais frio para o mais quente, associada a uma variação que vai de cores
frias (violeta, azul e verde) para cores quentes (vermelho, laranja e amarelo).
Além disso, cidades, áreas florestais e agrícolas não possuem uma clara
continuidade espacial. São objetos localizados no espaço − ou variáveis
discretas −, podendo ser traduzidos por um ponto ou mancha (área) com cores
diferenciadas e/ou contrastantes.
Escalas de mapas, cartas e plantas
De acordo com o nível de detalhe, ou seja, com a escala
daquilo que está sendo representado, as representações apresentam várias
subdivisões.
- · Plantas cadastrais. A escala varia de 1:200 a 1:10 000. Nelas acham-se representados lotes residenciais, ruas, avenidas, praças, etc. A regularização de um imóvel ou a legalização de um loteamento requerem esse tipo de documento, obtido nas prefeituras municipais.
- · Cartas topográficas. A escala varia de 1:10 000 a 1:100 000. É o tipo de mapa no qual se registra a representação de rios, lagos, áreas inundáveis, altitudes, vegetação, vias de tráfego e comunicação, áreas urbanas, represas, etc.
- · Mapas regionais (escala de 1:100 000 a 1:1 000 000). Normalmente representam unidades administrativas.
- · Mapas-múndi (escala de 1:5 000 000 ou superior).
O produto que melhor
expressa esse tipo de representação é o atlas.
Projeções cartográficas
Como os mapas constituem representações planas
(bidimensionais), a transformação do globo num mapa implica uma série de
distorções nas formas, nas áreas e nas distâncias da superfície da Terra. Para
isso são utilizadas as projeções cartográficas, que se baseiam em relações
geométricas e matemáticas e são classificadas em cilíndricas, cônicas e planas.
- Projeções cilíndricas. A esfera terrestre é envolvida por um cilindro, no qual são projetados os meridianos e os paralelos. As áreas são conservadas, mas os ângulos são deformados, principalmente nas altas latitudes, o que pode gerar interpretações erradas quanto à extensão e às distâncias dos objetos representados.
- Projeções cônicas. A esfera terrestre é envolvida por um cone. Destacam-se as formas de pequenas feições, daí sua utilização na representação de localidades com latitudes médias. Quanto mais se aumentam as latitudes, maior é a distorção.
- Projeções planas. Também denominadas azimutais ou zenitais, resultam da projeção da superfície esférica sobre um plano. Quanto mais nos afastamos do ponto em que o plano tangencia a esfera terrestre, mais a distorção aumenta.
As diferentes escalas
A relação entre o tamanho (ou proporção) dos elementos
representados em um mapa e o tamanho correspondente medido sobre o terreno
(superfície real) é definida pela escala. Diferentes escalas são aplicadas à
realidade conforme os objetivos da pesquisa ou daquilo que se quer representar.
É evidente que, quando se reduz um objeto, ocorre a supressão de uma série de
detalhes, mas, ao mesmo tempo, abre-se espaço para representar aquilo que
realmente interessa.
Há três modos de exprimir a escala. Na forma numérica: 1:250
000, 1/250 000; lê-se “um para duzentos e cinquenta mil”, ou seja, 1 cm no mapa
equivale a 250 000 cm no terreno. Na forma nominal: 1 cm = 2 500 m ou 2,5 km. Na forma gráfica, como na
figura a seguir.
Como calcular escalas
Ao transformar a escala gráfica em numérica, é necessário
saber quanto 1 centímetro no mapa vale em quilômetros no terreno. Se 0,8 cm
equivale a 90 km, 1 cm é equivalente a 112,5 km. Então, a escala numérica
corresponde a 1:11 250 000.
Se o mapa trouxer a escala numérica, basta multiplicar a
escala (em centímetros) pelo valor da distância medida no mapa com a régua
(também em centímetros). Se o mapa fosse ampliado ou reduzido, a escala gráfica
acompanharia essa transformação, o que implicaria um novo cálculo das
distâncias, embora a distância real permanecesse a mesma.
A cartografia de base
Um dos produtos da cartografia de base mais amplamente
utilizados são as cartas topográficas (topografia significa descrição do
local), um tipo de representação que visa identificar e detalhar com exatidão
elementos da superfície terrestre, como cursos d’água, altitudes, vegetação,
vias de comunicação, etc.
O relevo, um dos aspectos mais importantes da carta
topográfica, é obtido pela representação do terreno em curvas de nível
(isolinhas de altitude), um feixe de linhas paralelas que une pontos de igual
valor de altitude. Da intersecção dessas linhas obtém-se o perfil do terreno,
por meio do qual é fácil visualizar as porções elevadas e baixas do terreno. Da
sucessão de perfis é possível construir o bloco diagrama.
A representação das cartas topográficas
Numa carta topográfica, as curvas de nível que estão mais próximas indicam os setores mais íngremes do terreno; quanto mais espaçadas as linhas, menor a declividade do terreno.
A cartografia temática
Sobre uma carta topográfica podem ser desenvolvidos diversos produtos temáticos. Os mapas de um atlas, além de empregarem elementos produzidos pela cartografia de base, como escala, coordenadas cartográficas, orientação e determinado tipo de projeção, ainda tratam, cada um deles, de assuntos diversos: população, clima, geologia, etc. É nesse tratamento dos dados e na informação diversificada que reside o objeto da cartografia temática, que se utiliza de variáveis visuais, como tamanho, granulação, valor, forma, orientação e cor, para representar as propriedades de objetos diferenciados, como concentração populacional, área urbana ou rural, etc.
Num mapa, qualquer objeto pode ser representado por um símbolo (variável visual), desde que indicado na legenda. Esse símbolo pode transmitir também a ideia de quantas vezes um objeto é maior do que outro. Ao elaborar um mapa, é importante pensar nos elementos abordados (as dimensões do plano, variáveis visuais e propriedades perceptivas), aliados às características do fenômeno. Assim, a Cartografia possibilita ampliar o conhecimento a partir das relações entre a realidade e as diversas formas de representação dessa realidade, o que faz dela uma ciência.
Construção e leitura de gráficos
Os gráficos privilegiam a quantidade de elementos, relacionando os dados com variáveis numéricas, mas não mostram a localização desses elementos, que é o papel dos mapas. Os gráficos podem ser de linhas, de barras e circulares. Quando os dados são transportados para um gráfico, a leitura torna-se mais fácil por permitir a visualização imediata.A representação conjunta por gráficos, mapas e tabelas
A escolha do tipo de representação gráfica depende do objetivo da pesquisa e das características do objeto a ser representado. Entretanto, pode-se aliar mais de uma forma de representação. No mapa a seguir, que representa a população do Brasil, localiza-se o fenômeno, e o gráfico de barras estabelece a comparação desses dados.
ATIVIDADES
ENEM 2003
Existem diferentes formas de representação plana da superfície da Terra (planisfério).
Os planisférios de Mercator e de Peters são atualmente os mais utilizados.
Apesar de usarem projeções, respectivamente, conforme e equivalente, ambas utilizam como base da projeção o modelo:
Existem diferentes formas de representação plana da superfície da Terra (planisfério).
Os planisférios de Mercator e de Peters são atualmente os mais utilizados.
Apesar de usarem projeções, respectivamente, conforme e equivalente, ambas utilizam como base da projeção o modelo:
ENEM 2002
O mercado financeiro mundial funciona 24 horas por dia. As bolsas de valores estão articuladas, mesmo abrindo e fechando em diferentes horários, como ocorre com as bolsas de Nova York, Londres, Pequim e São Paulo. Todas as pessoas que, por exemplo, estão envolvidas com exportações e importações de mercadorias precisam conhecer os fusos horários para fazer o melhor uso dessas informações.
Considerando que as bolsas de valores começam a funcionar às 09:00 horas da manhã e que um investidor mora em Porto Alegre, pode-se afirmar que os horários em que ele deve consultar as bolsas e a seqüência em que as informações são obtidas estão corretos na alternativa:
a) Pequim (20:00 horas), Nova York (07:00 horas) e Londres (12:00 horas).
b) Nova York (07:00 horas), Londres (12:00 horas) e Pequim (20:00 horas).
c) Pequim (20:00 horas), Londres (12:00 horas) e Nova York (07:00 horas).
d) Nova York (07:00 horas), Londres (12:00 horas), Pequim (20:00 horas).
e) Nova York (07:00 horas), Pequim (20:00 horas), Londres (12:00 horas).
e) Nova York (07:00 horas), Pequim (20:00 horas), Londres (12:00 horas).